quarta-feira, 26 de abril de 2017

Astrofotografia Amadora - Parte I (Introdução)


Há alguns dias eu prometi escrever um breve artigo sobre Astrofotografia Amadora, o difícil é cumprir esta promessa escrevendo brevemente sobre um tema tão rico e complexo.

Uma premissa básica da Astrofotografia é que ela exige equipamentos, diferentemente da Astronomia Observacional que pode ser praticada satisfatoriamente a olho nú. Portanto, logo de cara vemos que se precisa de algum nível de investimento para quem deseja se aventurar na “arte de pegar sereno no escuro com uma câmera”.

Num passado não muito distante a Astrofotografia era considerada um passo após a Astronomia Observacional, vários astrofotógrafos começaram como astrônomos observacionais e depois substituíram os olhos por sensores nos telescópios. Hoje podemos dizer que esta regra não se aplica tão quanto antes, pois muitos já iniciam com o desejo de fotografar; no meu caso eu comecei como observador sistemático em 2.009 e, somente a partir de 2.013, comecei a fotografar os astros.

Inseridos na Astrofotografia existem vários segmentos, cada qual exigindo equipamentos especializados para aquele determinado tipo de registro, isto nos compele dizer que não há um conjunto instrumental capaz de fazer todos os tipos de astrofotografias possíveis, exceto que se faça algo bem genérico e sem qualidade.

A fim de ilustrar o que fora dito no parágrafo anterior, vou citar uma dúvida recorrente: Por que não existem fotos de Júpiter no meu portfólio? Respondo que não existem porque o meu equipamento é especializado em objetos do céu profundo (i.e. objetos que estão fora do Sistema Solar). 

Logo abaixo vou citar as diferenças.

Tipos de Astrofotografia:
  • Câmera Fixa: exige câmera capaz de fazer exposições de longa duração; objetiva; tripé e controle remoto (opcional);
  • Imagem Planetária com webcam: exige telescópio (motorizado ou não); webcam adaptada e notebook;
  • Imagem Planetária de Alta Resolução: exige telescópio motorizado com abertura acima de 8”; câmera dedicada de alta sensibilidade e velocidade; notebook de alto desempenho; filtros; lente barlow e/ou similares;
  • Céu Profundo Grande Angular: exige câmera capaz de fazer exposições de longa duração; objetiva grande angular ou similar; base motorizada e controle remoto (opcional);
  • Céu Profundo: exige câmera capaz de fazer exposições de longa duração (de preferência com refrigeração); telescópio com boa qualidade ótica; montagem equatorial motorizada; sistema de autoguiagem; notebook; filtros e corretores óticos (quando exigido);
  • Astrofotografia Solar: telescópio solar ou telescópio comum com filtro solar (motorizado ou não); câmera (webcam, DSLR, dedicada);
  • Astrofotografia Lunar: telescópio (motorizado ou não); câmera (webcam, DSLR, dedicada); filtros (opcionais); barlow e/ou similar (opcional).
Obviamente podem haver técnicas que não estão listadas aqui, mas estas são as mais comuns. 

A diferença fundamental entre a Astronomia Observacional e a Astrofotografia é a tolerância quanto ao nível de precisão dos instrumentos, isto porque um instrumento que entrega imagens agradáveis ao olho humano pode não ser tão bom para fotografar. Um equipamento desenvolvido para Astrofotografia dificilmente é usado para observação visual, não sendo restrito, pois na verdade é pouco comum.

Para que este artigo não fique muito longo, irei continuar no próximo tópico ilustrando com imagens as experiências que obtive desde 2.013 e como os equipamentos afetaram o meu trabalho (e o meu bolso – rsrs).

Abraços!

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